martes, 25 de noviembre de 2008

Em busca de vida

Recentemente li um texto de Saramago em seu blog no qual questionava a utilidade de criar palavras ou, mais especificamente, de expor e compartilhar idéias. Um ponto é que com 86 anos de idade ainda reflete sobre seu próprio meio de (sobre)viver; outro, que mais me chamou a atenção, foram as conclusões encontradas: perguntas.

Em algumas das aulas de filosofia que frequentei aprendi que a conclusão unâmine pelos filósofos de todas as escolas era a finalidade do ser humano aqui na Terra, a de ser feliz. Bom, disso não discordei nunca, pelo contrário, me empolgava em relacionar as ações das pessoas com esse objetivo universal. O problema, ou salvação - dada a diversidade de idéias que temos hoje, é que o combustível das discussões filosóficas eram justamente os meios de se alcançar este objetivo.

Diante do texto citado relacionei os pensamentos do grande escritor a um dos meios possíveis. Um homem reconhecido mundialmente, com uma larga vida, que tem uma lista imensa de prêmios - incluindo um Nobel em literatura, títulos Honoris Causa e condecorações, nos deixa com perguntas que certamente fizemos quando ainda tínhamos 5 ou 6 anos de idade. Em suas palavras: "... Que significado terá o zumbido das abelhas no interior da colmeia? Serve-lhes para se comunicarem umas com as outras? Ou é um simples efeito da natureza, a mera conseqüência de estar vivo, sem prévia consciência nem intenção, como uma macieira dá maçãs sem ter que preocupar-se se alguém virá ou não comê-las? ..."

Há pouco tempo Saramago sofreu de uma doença séria e agora se recupera. É certo sua vontade de continuar vivendo para simplesmente dar-se conta de que as perguntas ali estão e sempre estarão. Um dos meios de que todos dispomos, e utilizamos sem perceber, é a nossa própria busca.

Texto citado: http://caderno.josesaramago.org/2008/11/16/86-anos/

1 comentario:

Weriton dijo...

Também acho que o grande fascínio da aventura que é viver reside na tentativa de responder a questões aparentemente simples ou sem importância. Mas tente para você ver. Esses dias estava pensando e me surgiu uma questão interessante: supondo que tudo evoluiu de simples moléculas, o que teria feito uma briófita evoluir para uma macieira ou uma pimenteira? Será que ela tinha tanta necessidade assim? Só para fazer sombra e ter seus frutos colhidos ou para virar condimento? Se pensamos na evolução dos animais, parece mais lógico aceitar que os répteis evoluíram de seres exclusivamente aquáticos porque "queriam" sair da água (não sei o porquê também)e, com o tempo, de alguma forma as modificações se completaram. Mas tente pensar nas plantas... Por que uma briófita viraria um melocotón? Só para virar yogur no Mercadona... Nossa, que viagem!
Mas é bom pensar nessas coisas!!!
¡Vale!
"... e os homens existem para que sejam felizes..."